quarta-feira, 5 de agosto de 2009




Todos os dias, quando acorda, ela abre a persiana numa ânsia de morte para ver o sol. Para, no fundo, em segredo, saber que ainda vive...
A festa acabou. A musica alta dá lugar ao silencio que por sua vez abre as portas pros pensamentos indesejados. A solidão se instala onde antes havia meus amigos dançando.
A festa acabou, os sorrisos se apagam, as luzes se acendem. O que antes eram apenas sombras agora ganham formas e fatalmente percebo que as preferia daquele jeito.

A festa acabou, a fumaça do meu cigarro substitui o cheiro de alcool que emanava dos beijos de alguem e meu casaco aparentemente não possiu um efeito tão eficiente quanto aqueles braços. Mas nisso eu me viro bem. Nunca precisei de uma lingua enfiada na minha garganta pra me sentir satisfeita. Entao eu simplesmente fecho meus botões o calor é meu novamente.

A festa acabou. Pés cansados, maquiagem borrada, cabeça doendo, manhã cinza de domingo, metrô vazio. Nos ultimos 30 min parece que já nem sei falar portugues. Não consigo me expressar e nem entender o que as pessoas falam. Não que eu quisesse também....

A festa acabou, a ilusão se foi, a vida voltou ao normal....toda a alegria findara.

domingo, 2 de agosto de 2009




....então, peguei meu corpo morto pelo passar do tempo e arrastei-o pelos passeios de calçada, pelas veredas cinzas com o nevoeiro, mergulhei no Lago do Esquecimento e senti uma paz sublime. Benditos sejam os minutos dos quais nem os amigos, nem a familia, nem Ele faziam parte. Apenas o nada, o vazio. E não senti dor enquanto nadava no nada, enquanto me sentia afogar, sufocar, perder as forças, o sentido do ir, a vontade de ficar. Perdi-me de vez....